Falta de autonomia: como estimular a independência da equipe

Sabia que a falta de autonomia pode desencadear queda na produtividade? Isso acontece porque, em muitos casos, os colaboradores podem se sentir inseguros e insuficientes entre uma demanda e outra, como se estivessem sendo observados a cada passo, justamente por acreditarem que não estão realizando seu trabalho da maneira correta quando o gestor não dá liberdade.

Por isso, temos uma pergunta para você, líder: na sua empresa, os colaboradores têm liberdade para realizar suas tarefas e tratar de assuntos importantes? Independentemente de qual seja a resposta, explicaremos os seguintes pontos sobre o assunto para te ajudar a melhorar a relação entre os profissionais:

• Quais são as causas da falta de autonomia no trabalho?
• Como a falta de autonomia pode afetar o desempenho dos profissionais?
• Como o RH pode desenvolver a autonomia dos colaboradores no trabalho?

Se o seu objetivo é ter equipes cada vez mais comprometidas e engajadas com a organização, fique com a gente até o final para ter acesso a dicas de ouro.

Quais são as causas da falta de autonomia no trabalho?

Antes de explicarmos as principais causas da falta de autonomia no trabalho, é preciso explicar o que é, né? Brevemente, é quando o gestor e a empresa dão pouca liberdade para os seus colaboradores no dia a dia, principalmente no que diz respeito às tarefas cotidianas.

Exemplo: João ocupa a posição de vendedor numa empresa grande e, por isso, lida diariamente com diversos clientes. Entre uma negociação e outra, surge um cliente interessado em um produto, mas, para que a venda aconteça, é necessário passar pela aprovação do gerente, seja para uma negociação mais flexível ou desconto, o que leva a atrasos e, em alguns casos, à desistência da compra. 

Agora que você conseguiu visualizar mais ou menos como funciona, explicaremos as principais causas. Lembrando que, em uma empresa, pode existir mais de uma:

Gestão centralizada

É importante que todas as pessoas tenham acesso aos processos. Contudo, na gestão centralizada, antes de qualquer iniciativa sair do papel, é preciso que seja aprovada pelo gestor. Além de aprovar, esse modelo de gestão costuma controlar cada passo do time, desde as decisões até as aprovações, impedindo que possam caminhar sozinhos.

Falta de confiança

Mesmo sendo profissionais formados, com especializações e cursos, alguns gestores não confiam nas habilidades de seus colaboradores. Quando isso acontece, as aprovações tendem a levar mais tempo do que o normal para acontecer.

Falta de delegação

Mesmo tendo uma equipe capaz de realizar as tarefas, alguns gestores têm dificuldade para delegar responsabilidades, justamente por acharem que, a longo prazo, aqueles profissionais poderão ocupar sua posição. Em alguns casos, isso também pode ter relação com a necessidade de controle, para mostrar que têm autoridade sobre os projetos.

Processos rígidos e burocráticos

Pense com a gente: você trabalha numa empresa na qual, a cada tomada de decisão, é necessário aprovar com diferentes pessoas. Cansativo, né? Isso faz com que o time perca a vontade de fazer as coisas por conta própria, esperando que as etapas do que precisa ser feito cheguem do seu chefe ou de quem abriu a demanda.

Será que, em alguma etapa ou momento do gerenciamento das equipes, isso já aconteceu ou vem acontecendo na sua empresa? Observe com atenção a causa, identifique-a e corrija.

Como a falta de autonomia pode afetar o desempenho dos profissionais?

Se o seu objetivo é ter equipes cada vez mais comprometidas, engajadas e produtivas, saiba que a falta de autonomia é prejudicial aos três pontos citados anteriormente. Afinal, imagine só você trabalhar numa empresa em que os seus gestores não confiam no seu trabalho?

Hoje em dia, mais do que nunca, os profissionais querem se sentir pertencentes. Quando se sentem desvalorizados, não enxergam mais motivos para permanecer naquele ambiente, fazendo com que busquem novas oportunidades de trabalho, aumentando a taxa de rotatividade.

Quando o pedido de demissão não vem, tendem a trabalhar desmotivados, sem vontade e com entregas ruins, justamente por não verem mais sentido no que fazem. Em relação à taxa de absenteísmo, os gestores começam a observar falta de pontualidade e frequência, ou seja, um profissional que chegava no horário passa a se atrasar e a sair mais cedo.

Confira outros impactos que podem ser observados quando não há autonomia no ambiente de trabalho:

• Falta de inovação;
• Queda da criatividade;
• Estagnação profissional;
• Sobrecarga da liderança;
• Problemas de comunicação;
• Desigualdade no desenvolvimento;
• Mais gastos com afastamentos médicos;
• Relações desgastadas entre líderes e liderados;
• Queda de visibilidade da empresa no mercado de trabalho;
• Impactos na saúde mental (estresse, ansiedade e Burnout);
• Entre outros.

Como o RH pode desenvolver a autonomia dos colaboradores no trabalho?

Desenvolver a autonomia dos colaboradores requer confiança no trabalho de cada um. Por isso, é importante que o RH, juntamente com a liderança, desenvolva algumas estratégias internas.

Mas atenção: antes de propor qualquer iniciativa, lembre-se de chamar cada pessoa da sua equipe para conversar, para entender como se sentem e quais pontos eles acreditam ser importantes para terem mais liberdade dentro de cada atividade. 

Ao fazer isso, será possível entender as necessidades individuais, mapear os principais desafios e inseguranças e, a partir disso, construir uma relação de confiança, mostrando que se importa com a opinião de cada profissional da sua equipe. 

Confira um checklist com algumas iniciativas que fazem toda a diferença na rotina de trabalho e, ao mesmo tempo, estimula a independência da equipe:

1. Mais do que incluir uma meta, certifique-se de que o profissional terá os objetivos claros, liberdade para tomar decisões e, sobretudo, prazo determinado;
2. Se você, enquanto gestor, não tem o hábito de dar feedback, comece o quanto antes, de forma construtiva e contínua, orientando quais caminhos cada colaborador deve seguir;
3. Delegar não é apenas atribuir tarefas, sabia? É importante garantir que cada uma seja adequada à expertise da pessoa que a executará;
4. Sente que os colaboradores não estão capacitados? Ofereça treinamentos, cursos e/ou orientação profissional;
5. Em vez de controlar cada ação feita dentro do projeto, permita que o seu time teste e erre, colocando-se à disposição para dar suporte quando necessário.

Ao colocar essas dicas em prática, será possível perceber uma melhora na colaboração e no trabalho em equipe, pois os colaboradores estarão mais envolvidos nos projetos, e sua empresa só terá a ganhar.