As equipes de Recursos Humanos e gestão de pessoas sabem, mais do que ninguém, como as atualizações do mercado acontecem de forma rápida. Por isso, é preciso adaptar a equipe às constantes mudanças, e uma das estratégias para isso é o chamado reskilling.

A tradução para essa palavra no português é “requalificação” e você já vai descobrir o quanto isso pode trazer grandes benefícios para o negócio. Aqui, vamos te responder as seguintes questões:

O que é reskilling?

Chamamos de reskilling o movimento que o colaborador faz para adquirir novas habilidades ou conhecimentos e, assim, se adaptar às mudanças que ocorrem no mercado de trabalho. 

Por exemplo, se um profissional do marketing vai migrar para a função de analista de dados, ele precisa aprender novas habilidades para ocupar o cargo. Nesse caso, o reskilling faz parte dessa transição, e nesse momento ele deve aprender tudo o que é necessário para o próximo desafio.

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Treinamentos em grupo são uma ótima forma de preparar os colaboradores para os novos desafios

Ao entender as tendências do mercado, é possível saber quais novas habilidades são necessárias para se adaptar às novas funções e setores que estão surgindo. Ao mesmo tempo, alguns cargos vão se tornando obsoletos, e por isso essa transformação é tão importante. Dessa forma, a empresa consegue preservar sua equipe e torná-la ainda mais capacitada para seus diferentes postos de trabalho. 

Vale lembrar que a transição de carreira não é algo incomum. De acordo com um levantamento do LinkedIn de 2023, 60% dos trabalhadores brasileiros cogitavam mudar de emprego na época em que a pesquisa foi aplicada, e 20% já haviam iniciado as buscas por um novo trabalho.

Qual a diferença entre reskilling e upskilling?

Algumas pessoas confundem o reskilling com o upskilling, porém são dois conceitos diferentes. Depois da explicação a seguir, você não vai mais errar!

No reskilling, ocorre o processo de aprender novas habilidades para mudar de função, setor ou área. Ou seja, é o aprendizado de competências diferentes do trabalho atual que uma pessoa já faz, visando outro campo de atuação.

Por outro lado, o upskilling é o aprimoramento de habilidades já existentes, para melhorar o desempenho do colaborador em uma função que ele já exerce e torná-lo mais relevante e competitivo na mesma área em que ele já atua. 

O que o reskilling e o upskilling têm em comum é que elas são importantes para o desenvolvimento de carreira e para o impacto das mudanças no mercado. Agora ficou fácil de lembrar, não é mesmo?

Quais são os benefícios do reskilling?

O reskilling é vantajoso para a empresa e para o colaborador, já parou para pensar nisso? Com a lista abaixo, você pode entender alguns motivos para considerar aplicar um programa de reskilling na sua empresa:

Benefícios para o colaborador

O mercado de trabalho é competitivo e, por isso, conseguir se adaptar e aprender novas profissões e habilidades é fundamental para se manter em evidência. Com esse domínio sobre áreas diversas, o profissional dificilmente será desligado ou ficará desempregado – pelo contrário, o reskilling ajuda para uma transição de carreira bem-sucedida, com as habilidades e conhecimentos necessários no novo cargo. 

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A transição de carreira fica mais fácil e segura quando o reskilling é oferecido na própria empresa

Você deve estar se perguntando: “a empresa faz o reskilling para o colaborador ir trabalhar em outro lugar?” Não! Quando o assunto é mudança de carreira, nem sempre a pessoa precisa mudar de empresa para ocupar um novo cargo. Pensar um programa de reskilling também auxilia na realocação interna dos membros, migrando-os para novos desafios. 

Benefícios para a empresa

O reskilling pode ajudar na retenção de talentos na empresa, uma vez que demonstra o compromisso da instituição com o desenvolvimento de seus colaboradores. Além disso, equipes treinadas para lidar com a transformação digital e as novas tecnologias tornam a empresa ainda mais competitiva em sua área. 

A redução de custos com recrutamento e seleção também é uma realidade, afinal, realocar profissionais que já fazem parte do quadro da empresa pode ser mais econômico do que recrutar e treinar novos colaboradores. Além disso, essa prática preserva o conhecimento e a experiência acumulados na empresa ao longo do tempo.

Outra vantagem interessante é a possibilidade de incluir colaboradores em programas de reskilling para democratizar as oportunidades de adquirir novas habilidades. Em alguns casos, aquele profissional não teria a oportunidade (fora da empresa) de aprender uma nova função. 

E sem contar, é claro, toda a produtividade e eficiência para o time, não é mesmo? Lembre-se que colaboradores que se sentem valorizados e estão em constante desenvolvimento dificilmente pedirão demissão. 

Como criar um programa de reskilling na empresa?

Pode parecer fácil, mas criar um programa de reskilling na empresa exige muito estudo e estratégia por parte da equipe de RH. Só assim ele pode ser eficaz e oferecer todos os benefícios que citamos na seção acima, tanto para os colaboradores quanto para a instituição. 

1 – Estude e defina os objetivos

A única forma de saber quais habilidades seus colaboradores precisam desenvolver e quais áreas precisam de novos profissionais é analisando o mercado de forma minuciosa. Só assim será possível identificar as habilidades mais demandadas para as funções já existentes na empresa e também para as que estão por vir.

Existem diversas hard skills e soft skills, por exemplo, que estão em alta e podem te direcionar a entender quais novas competências desenvolver na equipe:

  • Idiomas como inglês e espanhol;
  • Domínio de ferramentas digitais e inteligência artificial;
  • Noções de marketing;
  • Comunicação;
  • Liderança;
  • Trabalho em equipe;
  • Adaptabilidade;
  • Criatividade;
  • Inteligência emocional;
  • Resolução de problemas.

Essas características, aliadas aos conhecimentos técnicos exigidos, podem fazer com que o profissional se destaque e consiga desempenhar seu trabalho de forma ainda melhor.

A partir desses estudos, o próximo passo é definir as metas da empresa ao implementar um programa de reskilling. Ele pode ser útil caso você esteja pensando em abrir um novo setor ou então começar um projeto específico. 

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Estudar o mercado com profundidade e de forma criteriosa pode ajudar o RH a definir um bom programa de reskilling

2 – Identifique os colaboradores

É muito importante que a equipe de gestão de pessoas, juntamente com as lideranças, sejam capazes de mapear as habilidades dos colaboradores e entender como eles podem se encaixar nos objetivos da empresa e no que o mercado exige. 

Naturalmente, algumas pessoas terão mais potencial que outras, e estarão mais preparadas para passar pela transição proporcionada pelo reskilling. 

Nesse momento, outro ponto a ser observado é se há alguma lacuna de conhecimentos na equipe, para que as necessidades possam ser supridas e os pontos de melhoria, trabalhados com mais atenção. 

Não se esqueça de conversar com os colaboradores para saber quais são seus interesses e aspirações profissionais, afinal, você não deve fazer um movimento de mudança com quem não tem interesse ou não está disposto a passar por ele, combinado?

3 – Comece a preparação

Agora que você já sabe quem são as pessoas que vão passar por essa readequação nas estratégias da organização, está na hora de definir quais métodos serão utilizados para isso. Você pode explorar algumas possibilidades:

  • Cursos on-line ou presenciais;
  • Workshops;
  • Mentorias com especialistas;
  • Projetos práticos;
  • Entre outros.

Faça uma curadoria dos conteúdos que serão ensinados e não se esqueça de deixar claro como eles serão aplicados na prática. Dessa forma, para o colaborador em formação, fica ainda mais fácil visualizar e entender o que se espera dele no futuro. 

Agora você já sabe o que é reskilling e como aplicar um programa como este na sua empresa. Acompanhe de perto o desenvolvimento dos colaboradores e os resultados, assim, se for necessário, você pode fazer ajustes e melhorar ainda mais o desempenho da equipe em seus novos cargos.