Osteoporose: o que é, sintomas e dicas de prevenção
A osteoporose é uma condição silenciosa, mas com impactos que podem ser bastante significativos na qualidade de vida das pessoas que têm a doença. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens a partir dos 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida, sendo que acima de 70 anos essa taxa de 50% afeta ambos os sexos.
Segundo o Instituto CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”), acredita-se que, dos cerca de 10 a 15 milhões de brasileiros que convivem com a doença, apenas 20% foram diagnosticados, ou seja, grande parte ainda sem saber que a possui. Ela enfraquece os ossos de forma progressiva e silenciosa, até que pequenas quedas ou esforços cotidianos podem causar fraturas sérias.
Além disso, nosso país está vivendo um rápido envelhecimento populacional: em 2022, 10,9% dos brasileiros tinham 65 anos ou mais, o maior percentual desde 1940. Consequentemente, cresce também o número de acidentes entre pessoas idosas, especialmente as quedas.
Entre idosos com mais de 80 anos, 40% sofrem quedas anualmente, muitas vezes com consequências graves, além de aumentar o risco de fraturas de quadril, que têm mortalidade estimada em até 30% no primeiro ano após o trauma.
Essa fraqueza muscular, também conhecida como sarcopenia, afeta diretamente o equilíbrio e a estabilidade. Além disso, a deficiência de vitamina D e cálcio, ainda mais comum em idosos, reduz a resistência óssea e intensifica a chance de tropeços e os impactos em caso de queda.

Para isso, vamos abordar dúvidas frequentes sobre a osteoporose: o que é, quais os tipos, causas, sintomas, tratamentos e, principalmente, como preveni-la com hábitos de vida saudáveis e dicas. Vamos lá?
- O que é osteoporose?
- Quais os principais tipos de osteoporose?
- Quais as causas da osteoporose?
- Quais são os sintomas da osteoporose?
- Existe tratamento para a osteoporose?
- 10 dicas práticas para prevenir a osteoporose
- Saiba como deixar a casa mais segura para evitar quedas
Continue com a gente para saber mais sobre esse assunto, se cuidar e se prevenir para o futuro. Boa leitura!
O que é osteoporose?
A osteoporose é uma doença osteometabólica crônica, caracterizada pela diminuição da densidade e qualidade dos ossos. Isso os torna mais frágeis e suscetíveis a fraturas, principalmente na coluna lombar, quadris e punhos. É como se a estrutura óssea, que normalmente tem pequenos poros, se tornasse cada vez maior e mais esburacada, perdendo massa e resistência.
O problema é que esse processo acontece de forma silenciosa. A perda de massa óssea é gradual e raramente apresenta sintomas até o surgimento de uma fratura, o que faz da osteoporose praticamente uma “doença invisível”, mas com alto impacto na saúde pública, principalmente entre idosos.
A osteoporose é mais comum, especialmente, em mulheres após a menopausa, mas também pode atingir homens, adolescentes e até crianças em casos muito específicos.
Quais os principais tipos de osteoporose?
Embora muita gente associe a osteoporose a idade avançada, existem diferentes tipos da doença, com origens e características distintas. Conheça os principais:
1. Osteoporose primária tipo I (pós-menopausa)
A mais comum entre as mulheres surge após a menopausa devido à queda acentuada na produção de estrogênio, hormônio que ajuda a manter a densidade óssea. Nesses casos, a perda óssea acontece de forma rápida, especialmente nos primeiros anos após a menopausa.
2. Osteoporose primária tipo II (senil)
Relacionada ao envelhecimento natural do corpo, geralmente afeta homens e mulheres a partir dos 70 anos. Nesse tipo, a perda de cálcio e a menor absorção de vitamina D ao longo do tempo favorecem a fragilidade óssea.
3. Osteoporose secundária
Causada por outras doenças ou uso prolongado de certos medicamentos, como corticoides, anticonvulsivantes e heparina. Ela também pode surgir como consequência de doenças endócrinas, renais ou hepáticas.
4. Osteoporose idiopática juvenil
Esse tipo é o mais raro e sem causa aparente, pode surgir em crianças ou adolescentes, afetando o crescimento e a resistência óssea do indivíduo no decorrer da vida.
Quais as causas da osteoporose?
A osteoporose é multifatorial, ou seja, pode ter diversas causas combinadas. Alguns fatores são inevitáveis, como a idade e a genética. Outros, no entanto, estão ligados ao estilo de vida e podem ser prevenidos. Confira os principais:
Fatores não modificáveis:
- Envelhecimento natural (especialmente acima dos 50 anos);
- Histórico familiar de osteoporose;
- Sexo feminino (principalmente pós-menopausa);
- Etnia (mais comum em pessoas brancas e asiáticas);
- Estrutura corporal pequena e baixa massa muscular.

Fatores modificáveis (ligados ao estilo de vida):
- Dieta pobre em cálcio e vitamina D;
- Sedentarismo ou baixa atividade física;
- Tabagismo;
- Consumo excessivo de álcool;
- Consumo excessivo de sódio e cafeína (que aumentam a excreção de cálcio);
- Baixo peso corporal ou distúrbios alimentares;
- Uso crônico de medicamentos que afetam os ossos (como corticoides e anticonvulsivantes).
A boa notícia? Muitos desses fatores podem ser controlados com pequenas mudanças na rotina. E por isso, a prevenção precoce é tão importante.
Quais são os sintomas da osteoporose?
Um dos maiores desafios da osteoporose é que ela não apresenta sintomas nas fases iniciais. A pessoa pode viver anos com perda progressiva de massa óssea sem sentir dor ou notar alterações visíveis. Por isso, é comum que o diagnóstico só ocorra após a primeira fratura com raio-x, por exemplo.
Quando os sintomas aparecem, geralmente já há um comprometimento significativo da estrutura óssea. Os principais sinais incluem:
- Fraturas espontâneas ou após traumas leves, principalmente nos quadris, vértebras e punhos;
- Dores crônicas nas costas, causadas por microfraturas vertebrais;
- Perda de estatura, quando as vértebras se comprimem;
- Postura curvada (cifose);
- Mobilidade reduzida e maior risco de quedas.
Fraturas em pessoas com osteoporose não são apenas dolorosas, mas podem levar à perda da independência, internações prolongadas e até complicações mais graves, especialmente em idosos.
Existe tratamento para a osteoporose?
Sim, a osteoporose tem tratamento, no entanto, não tem cura. Por isso, quanto mais cedo for diagnosticada, maiores as chances de evitar complicações. O objetivo principal é interromper ou desacelerar a perda de massa óssea, fortalecer os ossos e reduzir o risco de fraturas. O tratamento pode incluir:
1. Suplementação
Cálcio e vitamina D são os nutrientes mais importantes para a saúde óssea. A suplementação pode ser indicada, especialmente em casos com deficiência comprovada ou má absorção intestinal.
2. Medicamentos
Existem medicamentos que podem ser utilizados para manter ou aumentar a densidade óssea. A escolha depende da idade, sexo, histórico de fraturas e presença de comorbidades, por isso, é essencial que um médico profissional faça esse acompanhamento para um melhor direcionamento.
3. Alimentação adequada
Busque uma dieta rica em cálcio, magnésio, fósforo e vitamina D, incluindo vegetais verdes-escuros, leguminosas, tofu, sementes, oleaginosas e alimentos fortificados.
4. Exercícios físicos
Atividades como caminhada, pilates, musculação e yoga ajudam a fortalecer a musculatura, melhorar o equilíbrio e prevenir quedas, além de estimular a formação óssea.
5. Mudanças no estilo de vida
Parar de fumar, reduzir o consumo de álcool, evitar sedentarismo e manter um peso corporal saudável.
Importante: o acompanhamento com médico (geriatra, ortopedista ou endocrinologista) e nutricionista é essencial para definir o melhor protocolo para cada caso.
10 dicas práticas para prevenir a osteoporose
A prevenção é a melhor aliada contra a osteoporose, e ela pode (e deve) começar desde cedo. Confira algumas dicas práticas para cuidar da saúde dos ossos em qualquer fase da vida:

1. Invista em uma alimentação rica em cálcio
Inclua no dia a dia alimentos como brócolis, couve, espinafre, tofu, grão-de-bico, leite vegetal fortificado, amêndoas, gergelim e chia. O cálcio é essencial para a formação e manutenção dos ossos.
2. Tome sol com responsabilidade
A vitamina D é produzida pelo nosso corpo a partir da exposição ao sol. Dedique alguns minutos do seu dia para tomar sol com braços e pernas expostos, e sendo preferencialmente feito logo pela manhã, antes das 10h, ou após às 16h, no fim da tarde.
3. Pratique exercícios com impacto
Musculação, caminhada, corrida leve, dança ou pular corda são exemplos de atividades que estimulam a formação óssea. Além disso, ajudam a melhorar o equilíbrio, reduzindo o risco de quedas.
4. Evite fumar e limite o álcool
O tabaco interfere na absorção de cálcio e na produção de hormônios importantes para os ossos. Já o álcool em excesso acelera a perda de massa óssea. Ambos são fatores de risco importantes.
5. Cuide da qualidade do sono
O sono influencia diretamente na regulação hormonal e nos processos metabólicos do corpo, inclusive na saúde óssea. Dormir bem ajuda a manter o equilíbrio do organismo.
6. Gerencie o estresse
Altos níveis de estresse aumentam a produção de cortisol, que está associado à perda de massa óssea. Técnicas como meditação, respiração consciente, exercícios e apoio psicológico podem ajudar.
7. Faça exames regulares
A densitometria óssea é o exame mais indicado para avaliar a saúde dos ossos. É recomendado para mulheres a partir dos 65 anos e homens a partir dos 70 – ou antes disso, caso existam fatores de risco. Por isso, é importante fazer check-ups periodicamente para que o problema seja diagnosticado com antecedência.
8. Conheça seu histórico familiar
A predisposição genética tem grande impacto no risco de osteoporose. Se você tem casos na família, informe ao seu médico e considere começar o acompanhamento e a prevenção mais cedo, com exames específicos e orientação nutricional personalizada.
9. Reduza o consumo de alimentos ultraprocessados
Alimentos ultraprocessados são pobres em nutrientes essenciais e ricos em sódio, o que pode aumentar a excreção de cálcio pela urina. Uma alimentação baseada em alimentos in natura, mais frescos ou minimamente processados, é mais rica em vitaminas e minerais fundamentais para a saúde óssea.
10. Use a tecnologia a seu favor
Aplicativos de saúde podem ajudar a manter uma rotina saudável, lembrar da suplementação, monitorar a ingestão de cálcio e até oferecer treinos adaptados para fortalecimento ósseo. Ter esse apoio no dia a dia ajuda a manter a disciplina na prevenção.
Saiba como deixar a casa mais segura para evitar quedas
Um dos maiores riscos associados à osteoporose são as quedas, que podem causar fraturas graves e comprometer a qualidade de vida, especialmente em pessoas idosas.

Ossos fragilizados por essa condição têm maior chance de quebrar com impactos leves, o que torna a prevenção de acidentes domésticos um cuidado essencial. E quando a gente fala em prevenção, a casa é o primeiro lugar que merece atenção.
Ambientes adaptados e pensados para oferecer segurança no dia a dia fazem toda a diferença. Veja a seguir como promover esse cuidado no seu lar:
1. Deixe os ambientes bem iluminados
Ambientes mal iluminados provocam muitos tropeços e colisões. Portanto, instale lâmpadas potentes em todos os cômodos, corredores e escadas.
À noite, as luzes de presença (aquelas pequenas luzes automáticas) são muito úteis para evitar sustos ao levantar para ir ao banheiro ou à cozinha. Uma dica extra é usar interruptores de fácil acesso, inclusive com sinalização fluorescente.
2. Cuidado com o banheiro
O banheiro é uma das áreas mais perigosas da casa quando o assunto é queda. O piso molhado, o vapor e a falta de apoios aumentam muito os riscos. Por isso, é fundamental instalar barras de apoio no box e próximo ao vaso sanitário.
Tapetes de borracha com ventosas dentro do box e um chinelo com sola antiderrapante também são aliados indispensáveis. Se possível, opte por bancos de banho para quem tem dificuldade de se equilibrar em pé.
3. Tenha espaços livres para circulação
Deixar os caminhos livres é uma mudança simples que tem um grande impacto. Remova móveis desnecessários, afaste os que atrapalham a circulação e mantenha os pisos sempre livres de objetos pequenos, como brinquedos, bolsas, sapatos e fios soltos. Um ambiente mais minimalista é, além de tudo, mais seguro.
4. Opte por tapetes mais seguros
Tapetes soltos ou dobrados nos cantos são um dos principais vilões das quedas em casa. O ideal é evitar o uso, principalmente em locais de passagem, como corredores. Mas, se for usar, opte por modelos com base emborrachada, antiderrapantes ou com fixação no chão, com fitas adesivas próprias para isso.
5. Atenção aos calçados dentro de casa
Andar descalço ou com meias em pisos lisos aumenta o risco de escorregar. Por isso, escolha calçados fechados, com solado de borracha e que ofereçam boa firmeza aos pés, como tênis leves ou chinelos com tira no calcanhar. Evite sandálias frouxas, pantufas muito felpudas e sapatos escorregadios.
6. Reorganize os armários
Sabe aquela mania de “dar uma subidinha” na cadeira ou no banquinho para alcançar algo no armário? Ela é super perigosa e deve ser evitada a todo custo.
Use apenas escadas estáveis e seguras, com apoio para as mãos. E, se possível, reorganize os armários para que os objetos do dia a dia fiquem sempre ao alcance das mãos.
7. Móveis e decoração também podem ser funcionais
Cantos de mesas, prateleiras baixas ou móveis de vidro podem se tornar armadilhas, especialmente em quedas. Use protetores de quina em locais estratégicos, mantenha os móveis bem fixos e prefira materiais mais seguros para quem vive com maior risco de fraturas. Um bom design de interiores também considera a saúde dos moradores!
8. Cuidados com idosos ou pessoas com mobilidade reduzida
Se a pessoa com osteoporose precisa de ajuda para caminhar ou se locomover, vale investir em bengalas, andadores ou cadeiras com rodas, sempre com a orientação de um fisioterapeuta. Cuidadores ou familiares devem ser orientados sobre os riscos e a importância de manter o ambiente organizado e funcional.
Cuidar da segurança em casa é uma forma de autonomia e prevenção. Pequenas mudanças no dia a dia podem evitar grandes problemas e manter a saúde óssea protegida por muito mais tempo.
Para empresas e profissionais de RH, investir em programas de bem-estar que abordem a saúde óssea, promovam a atividade física e incentivem o autocuidado é uma estratégia poderosa para cuidar de forma preventiva da saúde dos colaboradores e, por que não, das suas famílias também.
Prevenir é sempre o melhor caminho. Apesar de a osteoporose parecer distante para muitos, os cuidados com os ossos começam muito antes do envelhecimento. Adotar uma alimentação equilibrada, manter o corpo em movimento e fazer exames periódicos são atitudes simples que fazem toda a diferença.