Doenças psicossomáticas: o que são e como tratar?
Você já ouviu falar em doenças psicossomáticas? Elas são condições médicas em que o sofrimento emocional reflete ou agrava dores e problemas físicos.
Por terem ligação com o psicológico, é possível que algumas pessoas pensem que os sintomas são “falsos” ou “imaginados” pelas pessoas que os experienciam. No entanto, os sintomas são reais e muitas vezes podem ser bastante debilitantes.
Neste texto, vamos falar um pouco mais sobre as doenças psicossomáticas e como tratá-las para garantir sua qualidade de vida. Vamos lá?
Integração do corpo
Nosso corpo funciona de forma integrada, relacionando fatores físicos, psicológicos e sociais. A interação entre essas áreas é de extrema importância na compreensão da saúde e no tratamento de doenças.
Pense neste exemplo: fatores físicos podem afetar a saúde mental e vice-versa. Uma condição física crônica pode causar estresse e ansiedade, enquanto o estresse prolongado pode levar a sintomas físicos como dores de cabeça ou problemas digestivos.
Além disso, muitas doenças têm causas multifatoriais, como condições genéticas, ambientais, emocionais e sociais. E como nós já mencionamos anteriormente, doenças psicossomáticas são um exemplo claro da interação entre esses fatores.
Por conta disso, cuidar da saúde física, mental e social em conjunto promove uma melhor qualidade de vida geral. Não estamos falando apenas sobre a ausência de doenças, mas também sobre o bem-estar emocional e a satisfação com as relações sociais. Interessante, não é mesmo?
Aumento das doenças psicossomáticas
É claro que as doenças psicossomáticas sempre foram preocupantes, mas com a pandemia, houve um agravamento no número de casos.
Uma pesquisa feita em maio de 2020 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e divulgada pela Agência Brasil, mostrou que cerca de 89% de 400 psiquiatras participantes destacaram o agravamento de quadros de saúde mental em seus pacientes. Com isso, várias doenças psicossomáticas tiveram maior incidência.
A médica Danielle H. Admoni, psiquiatra na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) destaca que os principais sintomas psicossomáticos são:
- Falta de ar (dispneia);
- Alterações gastrointestinais (náuseas ou diarreia);
- Coração acelerado (taquicardia);
- Cansaço e indisposição (fadiga).
Mas existem, claro, outras possibilidades de sintomas que podem se manifestar:
- Dificuldade para urinar;
- Dores no peito;
- Alterações do ciclo menstrual;
- Aumento da pressão arterial.
O Ministério da Saúde também alerta sobre o agravamento relacionado às doenças psicossomáticas e suicídios. Segundo os dados da instituição, praticamente 20% dos brasileiros têm, teve ou terá algum distúrbio emocional, como transtorno de ansiedade, depressão, síndrome do pânico ou outros transtornos causados por experiências traumáticas.
Doenças psicossomáticas mais comuns
Nossas condições emocionais podem se manifestar fisicamente de diversas formas. Nós separamos algumas doenças psicossomáticas que são comuns e alguns de seus principais sintomas para que você as conheça melhor.
Lembre-se que nosso material é apenas uma base de pesquisa e não considera a individualidade de nenhuma pessoa. Para saber a melhor forma de tratar uma doença psicossomática, consulte um profissional da saúde de sua confiança, certo?
Síndrome do Intestino Irritável (SII)
Essa doença é caracterizada por dor abdominal, inchaço e mudanças no padrão de evacuação – o famoso intestino preso ou solto. O estresse e as condições emocionais podem desencadear ou agravar os sintomas da SII.
Doenças de pele
Muitas pessoas manifestam doenças psicossomáticas na pele. A dermatite atópica, também conhecida como eczema, causa surtos de coceira e inflamação.
A psoríase também pode aparecer: embora tenha uma base genética, o estresse pode desencadear ou agravar os sintomas da doença.
Dores no corpo
O estresse emocional e a tensão podem desencadear dores de cabeça e em outras partes do corpo, como dores musculares e a síndrome da dor miofascial – causada pela tensão muscular em pontos específicos que, quando pressionados, causam muita dor local e podem irradiar para outras partes do corpo.
Dores nas articulações também podem ser comuns como sintomas psicossomáticos. Mas é claro que, para ter certeza do motivo das dores, o ideal é procurar um médico e fazer os exames indicados.
Distúrbios do sono
Sabe quando a ansiedade e o estresse não te deixam dormir? Pois é! O estresse e as emoções podem afetar o sono, levando à insônia, pesadelos e outros distúrbios.
A qualidade do sono é importantíssima para que você tenha disposição e ânimo no dia a dia para fazer suas tarefas. Portanto, se o seu descanso for afetado de forma crítica, procure um profissional.
Gripe e resfriado
O estado emocional e psicológico de uma pessoa pode influenciar sua saúde de várias maneiras, incluindo sua imunidade. E, embora não seja correto dizer que a gripe e o resfriado são doenças puramente psicossomáticas (por serem, em geral, causados por vírus e bactérias), existe sim uma ligação entre o estresse crônico, a saúde mental e a suscetibilidade a infecções.
Rotina, trabalho e doenças psicossomáticas
A relação entre doenças psicossomáticas e uma rotina agitada é bastante significativa. O estresse associado a uma carga de trabalho intensa e pressões constantes pode contribuir para o desenvolvimento ou agravamento dessas condições.
Ter uma rotina cheia e corrida, além do estresse, pode resultar em privação de sono e sentimento de pressão para atender prazos, alcançar metas e lidar com demandas complexas.
A falta de tempo para se dedicar a algumas tarefas pode fazer com que as pessoas recorram a alimentos não saudáveis devido à conveniência, por exemplo. Você já recorreu a comidas congeladas e fast foods porque não tinha tempo para cozinhar? Pois é, é disso que estamos falando.
Às vezes você sente que não há tempo para interações sociais – como almoçar com a família e sair com amigos – ou atividades de lazer? Separar um tempo da sua semana para se dedicar às pessoas que você ama e ter um hobby é super importante, não é mesmo?
Por isso, cuidado com o isolamento causado pela rotina. Você fica mais solitário e pode desencadear ou agravar problemas de saúde mental, que por sua vez estão relacionados a doenças psicossomáticas que estamos tratando aqui.
Burnout
Você já ouviu falar na Síndrome de Burnout? Ela também é conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional e está relacionada ao estresse crônico no ambiente de trabalho.
De acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com o Burnout, o que faz com que o Brasil seja o segundo país com mais casos diagnosticados no mundo. Os números são assustadores!
A Síndrome se caracteriza por três principais características:
- Sentimento de esgotamento físico e emocional;
- Desenvolvimento de atitudes negativas, cinismo ou distanciamento emocional em relação ao trabalho, colegas e clientes;
- Sensação de falta de realização, eficácia ou produtividade no trabalho.
É muito importante identificar e tratar o Burnout, para que ele não aumente a probabilidade de desenvolvimento de doenças psicossomáticas.
Possíveis causas
Nós falamos sobre o Burnout ser causado pelo trabalho, mas outras doenças psicológicas, que você também pode encontrar descritas como transtornos mentais ou distúrbios psiquiátricos, podem ser causadas por uma interação complexa de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais.
Traumas vividos no passado ou recentemente também podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento dessas doenças.
Reunimos uma lista com algumas doenças e suas relações com momentos de trauma.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
O TEPT pode estar associado a experiências de violência, abuso, acidentes graves ou situações de guerra.
Os sintomas incluem flashbacks, pesadelos, esquiva aos gatilhos relacionados ao trauma e ansiedade. O TEPT ocorre como resultado da incapacidade do cérebro de processar e lidar adequadamente com o trauma vivido.
Transtornos de ansiedade
Traumas, especialmente durante a infância, podem aumentar o risco de desenvolver transtornos de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), fobias ou transtorno do pânico.
Depressão
A depressão pode estar associada a abuso, perda de entes queridos ou experiências dolorosas. Essas vivências são capazes de desencadear ou contribuir para o desenvolvimento de transtornos e episódios depressivos.
O impacto emocional de eventos desse tipo pode levar a alterações químicas no cérebro associadas à depressão.
Transtornos alimentares
Os transtornos alimentares podem ser reflexo de bullying, abuso ou críticas relacionadas à aparência física. Os mais comuns são anorexia, bulimia e compulsão alimentar.
Transtornos de personalidade
Em alguns casos de traumas na infância, como abuso ou negligência, o corpo cria mecanismos de defesa para amenizar o sofrimento. Desses processos podem surgir transtornos de personalidade, como o transtorno borderline ou o transtorno de personalidade antissocial.
Tratamento para doenças psicossomáticas
Para as doenças psicossomáticas, o tratamento é feito abordando tanto os fatores físicos quanto os emocionais. O primeiro passo, claro, é garantir que qualquer condição médica seja diagnosticada e tratada por meio de exames médicos, testes laboratoriais e consultas com especialistas.
Você pode marcar uma primeira consulta com um clínico geral, para que o profissional te oriente de forma mais assertiva.
A terapia psicológica, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), pode ser altamente eficaz no tratamento de doenças psicossomáticas. Ela ajuda a identificar e modificar padrões de pensamento negativos e comportamentos que contribuem para o surgimento das doenças.
Técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação e yoga, também podem ajudar a reduzir os níveis de estresse. Com isso, é mais provável que seu corpo melhore as respostas às situações do dia a dia.
Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para tratar sintomas específicos, como dor, ansiedade ou depressão. No entanto, os medicamentos são frequentemente usados em conjunto com outras abordagens terapêuticas. Se tiver dúvidas sobre o seu tratamento, não deixe de falar com seu médico, certo?
Estilo de vida
Além das formas de tratamento que citamos na seção anterior, promover a mudança do estilo de vida pode ser uma forma muito eficaz de lidar com as doenças psicossomáticas.
Melhorar a qualidade do sono, adotar uma dieta saudável e evitar hábitos prejudiciais (como tabaco e álcool em excesso), têm um impacto positivo na saúde geral.
A prática regular de exercícios físicos pode não apenas melhorar a saúde física, mas também reduzir o estresse e melhorar o humor. O exercício promove a liberação de endorfinas, que são neurotransmissores associados ao bem-estar. E você não precisa treinar pesado se não quiser, sabia? Uma simples caminhada, natação ou passear de bicicleta já contam!
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