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Saúde HIV e Aids: tudo sobre o vírus e o estágio da infecção
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HIV e Aids: tudo sobre o vírus e o estágio da infecção

Foto do autor Escrito por: Natasha Fonseca 12 de dezembro de 2025

Mesmo com os avanços, o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) ainda é uma questão global de saúde pública. Até hoje, estima-se que 44,1 milhões de pessoas tenham morrido por causas relacionadas ao vírus, segundo a World Health Organization (WHO)

É por isso que a meta mundial é ambiciosa: acabar com a epidemia até 2030, seguindo o objetivo de diagnóstico, tratamento e supressão viral conhecido como “95-95-95”.

Saiba mais sobre o vírus, a doença e essa iniciativa de erradicação a seguir. 

Qual é a diferença entre HIV e AIDS?

Médico examinando possíveis exames de HIV e AIDs
O HIV é o vírus que entra no corpo. Já a AIDS é um estágio avançado da doença

O HIV é o vírus que invade o sistema imunológico, especialmente as células de defesa chamadas linfócitos T CD4+. Ele se instala dentro da célula, altera seu DNA e começa a se multiplicar. Quando uma pessoa tem o vírus no corpo, dizemos que ela é soropositiva, mas isso não significa que ela tem AIDS.

Aliás, esse é um ponto super importante: é totalmente possível viver com HIV por muitos anos sem desenvolver sintomas e sem evoluir para a AIDS, especialmente com acompanhamento e tratamento.

A AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) aparece quando o HIV já comprometeu o sistema imunológico a ponto de deixá-lo muito fragilizado. É o estágio mais sério da infecção, aquele em que as defesas caem e o corpo fica vulnerável a infecções oportunistas e até certos tipos de câncer e alguns linfomas.

Quais são os tipos de transmissão do HIV?

Saber exatamente como o HIV é transmitido ajuda a tomar decisões mais seguras e também a desfazer mitos que ainda circulam por aí. Aqui vai um guia direto ao ponto:

Formas de transmissão comprovadas

O HIV pode ser transmitido quando há contato com fluidos corporais específicos de uma pessoa infectada:

O que NÃO transmite HIV

  • Abraços;
  • Beijos;
  • Aperto de mãos;
  • Suor ou lágrimas;
  • Tosse ou espirros;
  • Assentos, transporte público, banheiros;
  • Compartilhamento de talheres, copos ou alimentos;
  • Piscinas, praia ou contato social cotidiano.

O HIV não sobrevive fora do corpo nas condições necessárias para infectar outra pessoa, por isso essas situações são completamente seguras.

Como é feito o diagnóstico de HIV e AIDS?

Diagnóstico de HIV e AIDs
O diagnóstico do HIV é simples, fácil e rápido, feito por meio de um teste

Quando o assunto é HIV, uma coisa é essencial: o diagnóstico é simples, rápido e pode salvar vidas. Já o diagnóstico de AIDS segue outros critérios, porque estamos falando do estágio mais avançado da infecção. Vamos por partes:

A única forma de saber se alguém tem HIV é fazendo o teste. Hoje, os exames são acessíveis, sigilosos e muito precisos.

As principais formas de testagem são:

Testes rápidos (SUS)

O resultado sai no mesmo dia. Estão disponíveis gratuitamente em unidades de saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).

Autotestes

Para quem prefere fazer o exame com privacidade. O resultado sai em 20 a 30 minutos. Eles detectam os anticorpos produzidos pelo corpo após a infecção.

Já a AIDS não é diagnosticada por um “teste de AIDS”. Ela é identificada quando o HIV já avançou muito no organismo e comprometeu seriamente o sistema imunológico.

Uma pessoa vivendo com HIV é diagnosticada com AIDS quando:

  • A contagem de CD4 cai abaixo de 200 células/mm³ (para referência: o normal varia entre 500 e 1600).
  • Quando surgem infecções oportunistas, mesmo com a contagem acima de 200.

Exemplos incluem tuberculose, meningite criptocócica, sarcoma de Kaposi e linfomas.

Como funciona o tratamento do HIV?

Se tem algo que revolucionou a história do HIV, é o tratamento. Hoje, graças à Terapia Antirretroviral (ART/ARV), viver com HIV não significa ter uma expectativa de vida reduzida ou limitada: é possível ter uma rotina plena, ativa e saudável

O HIV não desaparece do corpo, mas fica totalmente controlado e é isso que muda tudo.

O que a ART faz no organismo?

A ART funciona como uma espécie de “freio de mão” do vírus.
Mesmo sem cura, os antirretrovirais:

  • interrompem a multiplicação do HIV no organismo;
  • fortalecem o sistema imunológico;
  • reduzem (e muitas vezes eliminam) sintomas;
  • impedem que a infecção evolua para AIDS.

Além disso, quando a pessoa faz o tratamento corretamente e mantém a carga viral indetectável, o vírus fica tão controlado que não é transmitido por via sexual.

Os esforços globais e a meta 95-95-95

O mundo inteiro está empenhado em acabar com a epidemia até 2030. Para chegar lá, a OMS estabeleceu uma meta clara até 2025:

  1. 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas;
  2. 95% das pessoas diagnosticadas estão em tratamento;
  3. 95% das pessoas em tratamento com carga viral suprimida.

Atualmente, estamos avançando, mas ainda há caminho pela frente, especialmente quando falamos de acesso, informação e combate às desigualdades.

No mundo todo, o 1º de dezembro, Dia Mundial da AIDS, reforça a importância do diagnóstico e do acesso ao tratamento. No Brasil, o mês é marcado pela mobilização nacional de prevenção e informação.

O que fazer para se prevenir do HIV e AIDS?

A prevenção do HIV evoluiu. Hoje, falamos em prevenção combinada, uma estratégia que mistura diferentes métodos para aumentar a proteção conforme o estilo de vida e as situações de risco de cada pessoa. A ideia é simples: quanto mais caminhos para se proteger, melhor. Veja algumas formas de fazer isso:

  • Preservativo: além de proteger do HIV, evita outras ISTs.
  • Testagem regular: saber como está sua saúde é uma forma poderosa de prevenção. O diagnóstico precoce muda tudo.
  • Tratamento como prevenção: pessoas que vivem com HIV e mantêm carga viral indetectável não transmitem o vírus.
  • Redução de danos: para quem usa drogas injetáveis, não compartilhar materiais é essencial.
  • Proteção materna: gestantes com HIV que iniciam tratamento reduzem drasticamente o risco de transmissão para o bebê.

PrEP e PEP: afinal, qual é a diferença?

Duas siglas que aparecem muito quando o assunto é prevenção:

  • PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): é um medicamento usado antes de situações de risco. Ideal para quem tem exposição frequente ou maior chance de contato com o HIV. Pode ser oral ou injetável de longa duração.
  • PEP (Profilaxia Pós-Exposição): usada depois de uma situação de risco. Precisa ser iniciada em até 72 horas e tomada por 28 dias.

O mais importante: PrEP e PEP não têm a ver com identidade, e sim com comportamento de risco. Qualquer pessoa que tenha relações sem preservativo, vive com outra IST, usa álcool ou drogas em contextos que aumentam a vulnerabilidade, ou compartilha materiais perfurocortantes deve considerar essas estratégias.

Ficar bem informado é parte do cuidado e a prevenção combinada existe justamente para que cada pessoa encontre o caminho que faz sentido para a sua vida. Cuide-se sempre. 

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