Trabalho em equipe: o que o RH pode fazer para ajudar
Trabalho em equipe não é apenas uma habilidade desejável. É um diferencial competitivo. Um estudo da Universidade de Stanford mostrou que pessoas que trabalham de forma colaborativa permanecem 64% mais tempo engajadas em suas tarefas, sentem menos fadiga e têm taxas de sucesso mais altas do que aquelas que atuam sozinhas.
Mas cultivar essa colaboração exige mais do que boa vontade: é preciso estratégia. E o RH tem um papel fundamental nessa missão. Vamos nessa?
- Qual a importância do trabalho em equipe para os resultados da empresa?
- Trabalho em grupo é responsabilidade do RH?
- Como identificar a habilidade de trabalho em equipe no processo seletivo?
- 5 ações práticas para fortalecer o trabalho em equipe na empresa
Qual a importância do trabalho em equipe para os resultados da empresa?

Trabalho em equipe não é sobre ser “bonzinho” ou evitar conflitos, é sobre eficiência.
Na prática, equipes que sabem trabalhar juntas tomam decisões melhores, integram diferentes perspectivas com mais facilidade e adaptam-se mais rápido às mudanças. E isso tem impacto direto no negócio, seja em produtividade, em inovação ou na experiência final entregue ao cliente.
Mas essa competência não é automática. Pessoas vêm de contextos diferentes, com visões e repertórios variados. A colaboração precisa ser cultivada como uma habilidade e isso exige estrutura, processos e uma cultura que valorize o coletivo.
Trabalho em grupo é responsabilidade do RH?
O desenvolvimento do trabalho em equipe passa, principalmente, pela liderança direta. Gestores são quem definem o tom da colaboração no dia a dia: desde como conduzem reuniões até como lidam com erros e conflitos. Mas isso não exclui o papel estratégico do RH. Pelo contrário: é justamente o RH que pode preparar e apoiar essa liderança a criar ambientes mais colaborativos.
Na prática, isso pode acontecer com programas de desenvolvimento focados em soft skills como escuta ativa e comunicação não-violenta, com a inclusão de critérios colaborativos nas avaliações de desempenho ou até com ações simples, como promover encontros entre áreas para troca de boas práticas.
O RH também pode ajudar a diagnosticar travas culturais. Por exemplo, se a empresa valoriza apenas resultados individuais, dificilmente a equipe vai se sentir incentivada a trabalhar em conjunto. Nesse caso, vale refletir: o modelo de reconhecimento está ajudando ou atrapalhando o espírito de equipe?
No fim das contas, o RH tem tudo para ser o motor que coloca essa prática em movimento, apoiando líderes, influenciando cultura e criando os espaços certos para que a colaboração floresça.
Como identificar a habilidade de trabalho em equipe no processo seletivo?
O RH pode contribuir no cultivo de uma cultura de trabalho em equipe desde o começo: na contratação das pessoas certas.
Porém, identificar a habilidade de trabalho em equipe no recrutamento exige método. O primeiro passo é ajustar a descrição da vaga: deixar claro que colaboração não é um “extra”, mas parte essencial da função.
Termos como trabalho em ambiente multidisciplinar, construção coletiva de soluções ou colaboração entre áreas ajudam a sinalizar o que a empresa espera desde o início.

Durante a entrevista, troque perguntas genéricas por situações reais. Em vez de perguntar se a pessoa gosta de trabalhar em equipe, experimente:
- “Conte sobre um projeto em que você precisou lidar com diferentes opiniões. Como chegou a um consenso?”;
- “Você já precisou assumir um papel que não era o seu, para ajudar a equipe a entregar um resultado?”;
- “Como você lida quando alguém do time tem uma abordagem completamente diferente da sua?”.
Dinâmicas também podem ser úteis, principalmente para cargos que exigem interação constante entre áreas. Aqui, o ideal é propor atividades em que os candidatos dependam uns dos outros para alcançar um objetivo comum, com um tempo limitado ou com algum tipo de imprevisto planejado. Mais do que avaliar quem “vence” a dinâmica, o importante é observar como cada um se comunica, escuta e age em grupo.
Por fim, vale lembrar: pessoas que colaboram bem nem sempre são as mais expansivas ou comunicativas no estilo tradicional. Às vezes, o melhor colaborador é justamente quem sabe ouvir com atenção, construir junto e somar com consistência. O papel do recrutador é olhar além do carisma e identificar quem realmente faz o time funcionar melhor.
5 ações práticas para fortalecer o trabalho em equipe na empresa
Para além do recrutamento, o RH pode também trabalhar em ações que fortalecem o trabalho em equipe dos times que já estão dentro da empresa. A seguir, listamos cinco ações que o RH pode colocar em prática para incentivar, no dia a dia, o fortalecimento do trabalho em equipe:
1. Crie metas coletivas
Muitas empresas focam apenas em metas individuais, o que pode gerar competição desnecessária. Inserir objetivos compartilhados — entre áreas, projetos ou squads — estimula a troca entre colaboradores. O mais importante: reconheça publicamente os resultados que só foram possíveis pelo esforço coletivo.
2. Incentive a escuta ativa
Trabalho em equipe exige saber ouvir. Uma boa prática é inserir esse tema em treinamentos de soft skills, onboarding e até em rituais de times, como retrospectivas e reuniões de feedback. Quando as pessoas se sentem ouvidas, tendem a se envolver mais com o grupo.
3. Crie momentos de integração fora do contexto operacional
Nem toda conexão nasce no meio de um projeto urgente. Criar momentos informais de encontro permite que as pessoas se conheçam melhor. Relações fortalecidas fora do operacional geram mais confiança dentro dele.
4. Promova projetos interdisciplinares entre áreas
A colaboração se desenvolve quando há oportunidade de colaborar. O RH pode facilitar esse processo criando comitês, frentes de inovação ou desafios entre áreas, onde diferentes perfis precisam somar forças. Isso reduz os silos e aumenta a empatia entre funções distintas.
5. Dê o exemplo com uma comunicação interna colaborativa
Se a comunicação interna só fala “de cima para baixo”, dificilmente os colaboradores vão se sentir parte de algo coletivo. Crie espaços onde ideias possam circular, como murais digitais, campanhas colaborativas ou pesquisas em que as pessoas possam dar sua opinião.
Essas ações não exigem grandes investimentos, mas pedem consistência. A colaboração se constrói nas pequenas interações diárias e o papel do RH é justamente abrir caminho para que elas aconteçam.
Agora que você aprendeu mais sobre trabalho em equipe, continue se informando, agora sobre treinamento de colaboradores: integrando desenvolvimento!