Segurança no trabalho: o guia completo para RH
A segurança no trabalho nasceu para garantir que os trabalhadores tivessem um respaldo para exercer suas atividades de forma segura. Ao longo da história, essa área evoluiu continuamente e, no Brasil, foi impulsionada pela Consolidação das Leis do Trabalho, de 1943.
Logo, a segurança do trabalho vai muito além de fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) aos colaboradores. É uma área que estuda, analisa e implementa diversas medidas para garantir que o ambiente de trabalho seja seguro. Isso inclui todos os aspectos que a palavra “segurança” abrange.
Quer saber mais sobre segurança no trabalho e como conhecer esse tema é crucial para sua empresa? Continue lendo a seguir!
- O que é segurança no trabalho?
- O que diz a legislação sobre segurança no trabalho?
- Qual a importância da segurança no trabalho?
- O papel do RH na segurança do trabalho e saúde ocupacional
- 5 estratégias para promover a segurança do trabalho
Boa leitura!
O que é segurança no trabalho?
Segurança no trabalho, ou segurança do trabalho, é uma área que visa estudar e estabelecer medidas para mitigar acidentes, doenças ocupacionais e outros riscos que são decorrentes do ambiente de trabalho.
Esse conjunto de medidas é amparado legalmente no Brasil por meio de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, leis complementares, portarias, decretos, entre outros.
Na prática, empresas de todos os tamanhos e setores precisam se adequar a essa legislação para garantir que as condições do ambiente de trabalho sejam favoráveis e saudáveis a todos os colaboradores. Um técnico de segurança é normalmente a pessoa que inspeciona se as empresas estão seguindo devidamente tais normas.
O que são riscos ocupacionais?
Os riscos ocupacionais são instituídos nas Normas Regulamentadoras (NRs) e especificam as categorias de perigos aos quais os colaboradores podem estar expostos. São eles:
- Risco físico: perigos que podem afetar as condições físicas dos trabalhadores (ruídos, temperaturas, radiação, piso molhado, pouca iluminação, etc.);
- Risco químico: diz respeito à possibilidade do colaborador entrar em contato com substâncias químicas tóxicas, como gases, poeiras, líquidos, ácidos, etc;
- Risco biológico: determina o risco de contágio por estruturas com potencial patogênico, como vírus, bactérias, fungos e protozoários;
- Risco mecânico: possibilidade de acidentes causados por fatores mecânicos com contato direto do colaborador, como manipulação de máquinas e equipamentos pesados, trabalho em altura, choque elétrico, etc;
- Risco ergonômico: mais comum em escritórios, esse tipo de risco diz respeito a trabalho repetitivo, postura inadequada, monotonia, transporte manual de carga pesada e outros fatores que possam desencadear doenças físicas;
- Risco psicossocial: recém-instaurado, esse risco se refere à possibilidade de desenvolvimento de distúrbios psicológicos e perturbações da ordem social, como abusos e assédios.
O que diz a legislação sobre segurança no trabalho?
No Brasil, as Normas Regulamentadoras da segurança no trabalho são aprovadas pelo Ministério do Trabalho desde 1978, na portaria N.º 3.214. Esse documento atualmente prevê 37 Normas Regulamentadoras que direcionam as empresas em como devem abordar a segurança do trabalho, e também as penas e sanções caso sejam descumpridas.
Algumas das principais NR instituídas são:
NR-1: a “norma-mãe” das leis laborais institui as diretrizes gerais da segurança do trabalho, assim como o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), documento que identifica, avalia e controla os riscos no ambiente laboral;
NR-3: permite a interdição de ambientes que apresentem riscos aos seus colaboradores;
NR-5: define os procedimentos para a criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA);
NR-6: trata das obrigações de empregado e empregador em relação aos EPIs;
NR-7: torna obrigatório os exames ocupacionais para avaliar a saúde dos colaboradores;
NR-15: estabelece limites para riscos e define ambientes de insalubridade;
NR-17: instaura a questão da ergonomia no ambiente de trabalho;
NR-24: estabelece as condições básicas para a qualidade de vida dos trabalhadores.
As demais NRs estabelecem as diretrizes para diferentes setores e tipos de trabalho, como transporte, mineração, serviços com eletricidade, construção, combustíveis, medicina do trabalho, etc.
O que mudou na NR-1 em 2025?
No ano de 2025, houve uma importante alteração no texto da NR-1 para melhor abordar questões referentes à saúde ocupacional dos trabalhadores modernos.
Nessa atualização, a NR-1 passou a incluir e delimitar explicitamente os riscos psicossociais no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), outorgando à empresa a função de lidar com elas com o mesmo rigor que fazem com questões físicas.
Em outras palavras, as empresas agora são obrigadas a investir em medidas para impedir as doenças e distúrbios mentais causados por sobrecarga ou ambiente de trabalho indevido, incluindo assédio moral e sexual.
Logo, ajudar a cuidar da saúde mental de cada um dos colaboradores passa a ser também papel da empresa.
Qual a importância da segurança no trabalho?
Engana-se quem qualifica a segurança do trabalho como apenas normas a serem seguidas para evitar multas. Essa área atravessa diversos aspectos da organização, indo desde o aumento de produtividade e redução de custos até o incremento da qualidade de vida dos colaboradores – dentro e fora da empresa.
Afinal de contas, o investimento em medidas que se preocupam com a segurança, a saúde e o bem-estar dos colaboradores tende a evitar afastamentos e diminuir a sinistralidade, o que ajuda a reduzir custos.
Além disso, proporcionar um ambiente seguro, saudável e acolhedor gera um impacto positivo no engajamento e na motivação dos colaboradores.
Quando as pessoas se sentem protegidas e cuidadas, não apenas fisicamente, mas também em termos de bem-estar emocional e mental, elas tendem a se dedicar mais às suas atividades, demonstrando maior criatividade, proatividade e comprometimento com os objetivos da empresa.
Esse cuidado também é essencial para prevenir problemas como a Síndrome de Burnout, que compromete a saúde e o desempenho dos profissionais, e para reduzir índices de turnover, garantindo a retenção de talentos e a continuidade das operações.
No longo prazo, essa abordagem integrada fortalece a cultura da empresa, promove um clima positivo e solidifica a imagem da empresa como um empregador responsável e atrativo para os melhores profissionais do mercado.
O papel do RH na segurança do trabalho e saúde ocupacional
Por mais que possa existir uma equipe e um comitê, dedicados a garantir a segurança no trabalho em algumas ocasiões, os times de RH são aqueles que efetivamente criam políticas e procedimentos, além de garantir que tais medidas sejam seguidas à risca.
Afinal, é dever do RH promover um ambiente de trabalho seguro e saudável para os colaboradores, mediando os interesses de cada um deles e a empresa.
Existe uma série de ações que as equipes de RH podem realizar para garantir a segurança no trabalho e a saúde ocupacional, como:
- Realização de ações em prol da prevenção de acidentes e da conscientização;
- Treinamentos para manejo adequado de equipamentos;
- Criação de políticas internas para garantir o pleno seguimento das normas de segurança conforme o contexto específico da empresa;
- Adoção de práticas e benefícios que apoiam a saúde ocupacional e o bem-estar dos colaboradores;
- Instaurar métodos de monitoramento, para garantir que as políticas e procedimentos sejam seguidos pelos colaboradores.
No tópico a seguir, vamos apresentar algumas estratégias que os times de RH podem adotar para promover a segurança no trabalho.
5 estratégias para promover a segurança do trabalho
Agora que você entende que a segurança no trabalho também passa pela atuação dos times de RH, vamos te ajudar com algumas possíveis estratégias para que você possa implementá-las e garantir que os colaboradores estejam seguros e que a empresa cumpra com a legislação brasileira, ainda mais agora, com a nova disposição da NR-1.
Vamos nessa?
1. Invista em uma cultura de segurança
As normas, as políticas e os procedimentos existem para serem seguidos. Porém, é fato que enquanto não houver uma conscientização em massa sobre a sua importância, mais difícil será de fazer com que os colaboradores adiram a eles.
Por isso, é essencial que a segurança, em todos os seus aspectos, seja parte da cultura da empresa. Para além de treinamentos, tente pensar em formas de incluir no dia a dia dos colaboradores informações sobre os motivos pelos quais isso é importante para eles.
Algumas dicas são:
- Espalhe lembretes em todos os canais de comunicação, como telas, murais, aplicativos de mensagem, etc;
- Compartilhe estudos de caso ou relatos de situações reais que demonstrem o impacto positivo de práticas seguras no ambiente de trabalho;
- Ofereça treinamentos regulares sobre segurança no trabalho, mas use metodologias ativas, como simulações, role-playing (interpretação de papéis) e gamificação, para engajar os colaboradores;
- Incentive gestores a abordar esse tema regularmente em reuniões e a reconhecer publicamente comportamentos seguros;
- Crie um canal seguro e anônimo onde os colaboradores possam relatar condições de trabalho inseguras ou sugerir melhorias.
2. Promova a prática de exercícios físicos
No Brasil, segundo o IBGE, mais de 40% dos adultos não se exercitam como deveriam para manter sua saúde física. Além de ser a porta de entrada de diversas doenças, o sedentarismo também é um grande inimigo da disposição e, consequentemente, da produtividade no ambiente de trabalho.
Por isso, um dos papéis do RH para ajudar na segurança do trabalho é promover a prática de exercício físico entre os colaboradores.
3. Incentive hábitos alimentares saudáveis
Apesar de pouco comentada no mundo corporativo, a saúde nutricional é outro pilar importantíssimo para garantir a segurança dos colaboradores no trabalho. Afinal de contas, uma alimentação adequada ajuda a proporcionar todos os nutrientes necessários para que eles tenham disposição e energia para lidar com sua jornada de trabalho.
Uma ideia para os times de RH ajudarem os colaboradores a implementarem uma alimentação mais balanceada em suas rotinas é estabelecer o “dia da fruta”, por exemplo, em que se disponibiliza frutas durante o expediente na empresa.
4. Difunda informações sobre saúde mental
Com a nova NR-1, questões psicossociais devem ser tratadas de forma tão rigorosa quanto as de saúde física na empresa. Logo, é importante garantir que os colaboradores tenham o necessário para conseguir cuidar de sua saúde mental e bem-estar.
Por isso, é importante levar informação sempre que possível sobre saúde mental por meio de palestras, treinamentos e workshops, abordando assim temas recorrentes no mundo corporativo, como burnout, por exemplo.
Também é importante contar com um canal de denúncias realmente anônimo, em que os colaboradores possam se sentir seguros em compartilhar uma situação de assédio moral ou sexual que vivenciem dentro das instalações da empresa.
5. Conte com um benefício de saúde e bem-estar integrados
Como sabemos, não é fácil a rotina do RH. Afinal, são muitos os aspectos humanos que precisam de plena atenção para conseguirem lidar efetivamente com a saúde e bem-estar dos colaboradores de uma empresa, mantendo-os motivados e engajados. Por isso, os times de RH podem contar com parcerias de saúde e o bem-estar integrados, que facilitam o acesso de seus colaboradores à saúde física, mental e nutricional.
A TotalPass, por exemplo, é um benefício corporativo que oferece acesso a mais de 250 modalidades esportivas em milhares de academias e estúdios espalhados pelo Brasil. Além disso, proporciona terapia on-line e planos alimentares personalizados para colaboradores. Agora que você já conhece mais sobre segurança no trabalho, o que você acha de aprender sobre políticas organizacionais, o que são, sua importância e como criá-las?