Nas redes sociais, infelizmente, existem criadores de conteúdo que fingem ter Síndrome de Tourette, um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado por tiques motores e vocais, apenas para ganhar visualizações e curtidas.

Seu nome vem de Gilles de La Tourette, um médico que aperfeiçoou a descrição da síndrome. Segundo estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicados no site do Senado Federal, esta é uma condição que afeta 1% da população mundial.

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Transtornos como a Síndrome de Tourette podem ser prejudiciais à saúde mental. Saiba por quê!

Para trazer conscientização e informar outras pessoas sobre essa condição, nós preparamos um material completo para falar sobre a síndrome, suas características e quando procurar tratamento. 

Continue com a gente para saber mais!

O que caracteriza a Síndrome de Tourette?

Os principais sintomas da síndrome, em geral, começam antes dos 18 anos de idade – na maior parte dos casos, entre 5 e 15 anos. Os tiques, que podem ser motores ou vocais, de nível simples ou complexo, persistem por mais de um ano e são o que gera alerta. 

Podem ser movimentos ou sons súbitos, repetitivos e não propositais, como piscar, pigarrear, tocar o rosto ou gritar. Em alguns casos, esses sinais somem completamente após um tempo, mas algumas pessoas convivem com os tiques durante a vida toda.

Os tiques podem variar em intensidade e também podem mudar ao longo do tempo. Eles tendem a piorar com o estresse ou a excitação e podem melhorar durante atividades concentradas.

Uma informação importante é que este quadro frequentemente está associado também a outras condições, como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e/ou ansiedade.

A Síndrome de Tourette pode, ainda, prejudicar a integração social dos pacientes, por desconhecimento ou até mesmo vergonha da própria pessoa.

Como diagnosticar a Síndrome de Tourette?

O diagnóstico é feito por um médico especializado e, na maioria das vezes, não são exigidos exames de sangue, laboratoriais ou de imagem. O acompanhamento é feito sobre os sintomas que a pessoa indicar que têm – os tiques, por exemplo, devem ter duração de mais de um ano para se considerar a investigação.

Em alguns casos mais raros, são solicitados estudos de neuroimagem – como ressonância magnética, tomografia computadorizada ou exames de sangue específicos – para descartar outras condições e doenças que podem ser confundidas com a Síndrome de Tourette.

Como tratar a Síndrome de Tourette?

Existem pessoas em que os tiques se manifestam de forma leve, e estas não precisam de um tratamento especializado para lidar com a síndrome. Por outro lado, os pacientes com a forma mais grave podem buscar ajuda para melhorar sua qualidade de vida.

A partir da percepção dos sintomas, os pacientes devem procurar um médico de confiança para investigação

Terapias comportamentais e outros tipos de psicoterapia são indicados para que o paciente aprenda a lidar com a carga emocional que este tipo de síndrome carrega. A intervenção medicamentosa, por sua vez, ajuda na contenção dos episódios e crises de tiques.

Confira alguns medicamentos utilizados para tratar a Síndrome de Tourette:

  • Remédios que bloqueiam a dopamina, úteis para eliminar os tiques;
  • Agonistas alfa-adrenérgicos, que são utilizados também para tratar a hipertensão, podem ajudar a diminuir os tiques;
  • Medicamentos estimulantes ajudam pessoas que têm a síndrome e também TDAH;
  • Antidepressivos ajudam a controlar sintomas de depressão, TOC e ansiedade.

Todo e qualquer tipo de tratamento – para esta síndrome e outras doenças – deve ser feito sob orientação de um profissional, está bem?

Síndrome de Tourette é uma deficiência?

Em 2021, um deputado de Minas Gerais criou o Projeto de Lei (PL) 206/21, que determina que “as pessoas com Síndrome de Tourette sejam consideradas pessoas com deficiência para todos os fins legais”.

Em 2023, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou o PL, com o objetivo de combater a discriminação contra pessoas que sofrem com o transtorno.

Por que não devemos ridicularizar a síndrome?

Deveria ser óbvio, mas algumas pessoas ridicularizam outras que sofrem com esse transtorno. Isso pode causar constrangimento, vergonha e sofrimento emocional para quem tem a síndrome, e ainda gera problemas de autoestima, ansiedade e depressão.

E a nossa maior arma para combater o preconceito é a informação. Quanto mais você souber sobre a condição, melhor poderá entender e apoiar as pessoas que a têm. Isso é ótimo, não é mesmo?

Confira algumas formas de ajudar uma pessoa que está passando por crise de Tourette

Como lidar diante de uma crise?

Lidar com a crise de uma pessoa com Síndrome de Tourette requer paciência, compreensão e algumas estratégias práticas. Isso porque alguns gatilhos podem desencadear a crise ou piorá-la. A seguir, saiba como agir:

  • Mantenha a calma: o estresse pode piorar os tiques. Por isso, neste momento, demonstrar paciência e compreensão é fundamental;
  • Dê espaço: não tente conter os tiques da outra pessoa, isso também pode gerar estresse;
  • Controle o ambiente: certifique-se de que a pessoa está em um ambiente seguro, onde não há risco de se machucar ou machucar os outros;
  • Encoraje a pessoa: muitos pacientes acabam se isolando por vergonha da condição. Tente assegurar que ela não se isole e que sinta que está em um ambiente de apoio;
  • Comunique-se: pergunte à pessoa como ela gostaria de ser ajudada. Cada pessoa é única e pode ter preferências específicas sobre como ser apoiada durante uma crise;
  • Ajude a relaxar: técnicas de relaxamento, como respiração profunda, ou atividades que a pessoa goste podem ajudar a reduzir o estresse e, consequentemente, a intensidade dos tiques.

Lembre-se que, se as crises forem frequentes ou severas, encoraje a pessoa a procurar ajuda de um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra, que pode oferecer estratégias e tratamentos específicos para cada caso.

A Síndrome de Tourette, assim como outros transtornos, precisa de compreensão, informação e respeito. Agora que você já sabe um pouco mais sobre o assunto, compartilhe este texto com alguém que também vai achar útil!