Alimentação ayurvédica: o que é e qual sua importância?
Hoje em dia, é uma tendência a busca por um estilo de vida mais saudável e uma dieta mais equilibrada. A alimentação ayurvédica pode ser um ótimo caminho para alcançar esse objetivo.
Tendo uma influência direta na cultura ocidental, o Ayurveda, uma tradicional medicina indiana, tem como base uma teoria sobre a digestão humana, que se baseia em uma série de fatores que englobam desde o processo intestinal até o bem-estar no dia a dia.
Quer saber mais sobre essa técnica inovadora que ganha cada vez mais visibilidade e adeptos? Continue a leitura.
O que é Ayurveda?
A alimentação ayurvédica é uma espécie de dieta inspirada no Ayurveda, a medicina indiana tradicional. Ela se baseia nas teorias e costumes que eram praticados pelos adeptos dessa dieta.
Sua principal premissa é o acesso ao Agni (divindade Hindu. Sânscrito para “fogo” (nome), com a mesma origem do latim ignis) do indivíduo.
Antes de começar com a alimentação ayurvédica, é preciso se perguntar se você está realmente com fome ou come apenas por hábito. Essa medicina afirma que devemos nos alimentar apenas se sentirmos fome de verdade. A ausência de fome dá-se a entender que o Agni é incompetente.
O Agni é relacionado ao fogo interno (capacidade digestiva) de cada ser humano, e pode ser o responsável também pelo equilíbrio do organismo e do emocional.
Existem 4 tipos diferentes de Agni:
Vishama Agni: Esse tipo também é conhecido como metabolismo irregular. Essa alteração, quando muito forte, pode causar um desequilíbrio no organismo, resultando em problemas como distensão abdominal, gases, constipação e má digestão. Além disso, esse tipo de irregularidade também pode estar relacionado ao quadro emocional da pessoa, causando ansiedade, insônia, medo e insegurança.
Tikshna Agni: Também conhecido como hiper metabolismo, esse fenômeno acontece quando existe um desequilíbrio relacionado ao apetite do paciente. Sintomas como acidez, azia, gastrite, úlcera, hipoglicemia, náuseas e outras doenças inflamatórias são comuns em pessoas que sofrem desse problema. Além disso, sintomas psicológicos como irritabilidade, raiva, agressividade e ciúme também podem se apresentar.
Manda Agni: Também conhecido como hipometabolismo, esse quadro clínico está diretamente interligado ao sistema digestivo do paciente. Problemas como metabolismo lento, má digestão, inchaço e obesidade são comuns.
Sama Agni: Este tipo é o melhor de todos, também conhecido como metabolismo equilibrado. O Sama Agni é o verdadeiro objetivo da medicina Ayurvédica e acontece quando a pessoa apresenta uma digestão, absorção e eliminação em ótimo estado, além de também ter o emocional em dia.
Na medicina tradicional, que conhecemos e praticamos hoje em dia, entendemos que os alimentos são a principal fonte de energia do ser humano. Na medicina ayurvédica, eles partem da premissa de que uma alimentação correta, orgânica e saudável, é o que leva uma energia vital e cósmica para as pessoas.
O que é alimentação ayurvédica?
Como cada pessoa age de uma forma única, a alimentação ayurvédica é diferente para cada um. Existem diferentes tipos de alimentos para cada biotipo, e eles devem estar em equilíbrio com o Agni e estilo de vida de cada um.
Ou seja, não basta ter uma alimentação correta e equilibrada com o seu Agni, é preciso também ter uma rotina saudável, com exercícios físicos e outras atividades que ajudam o metabolismo a funcionar bem.
Para o Ayurveda, o que comemos nos define de corpo e alma. De acordo com esse sistema, somos formados pelos 5 elementos essenciais: fogo, água, terra, ar e éter. A partir deles, somos divididos em três doshas (caracterização do perfil biológico) diferentes:
- Vata, formado por éter e ar;
- Kapha, formado por terra e água;
- Pitta, formado por fogo e água.
O Ayurveda determina que cada um de nós é formado por esses três doshas e eles se manifestam tanto em características físicas quanto psicológicas. Embora tenhamos todos eles, em algumas pessoas um dosha se destaca mais do que os outros.
Sabendo o seu dosha principal, você sabe qual alimentação ayurvédica é a melhor para você. Essa avaliação deve ser feita por um profissional, que leva em conta diversos pontos do metabolismo e da rotina individual.
Quais as regras para a alimentação ayurvédica?
Além de diversos costumes, como acordar antes do nascer do sol, meditar e comer somente antes do sol se pôr, a alimentação ayurvédica possui uma série de regras que devem ser seguidas, como:
A comida pode ser oleosa
A comida oleosa pode ser ótima para que o sistema digestivo funcione da melhor maneira possível, já que são digeridas mais facilmente e estimulam o intestino grosso.
A comida sempre deve estar quente
Comida quente tem um melhor sabor, estimula o Agni e é mais fácil de comer/inserir no cardápio. Além disso, também ajuda a aliviar problemas como constipação e gases.
Coma apenas quando sentir fome
Comer só por comer não faz sentido nas práticas ayurvédicas. Isso porque, de acordo com esse costume, nós somos o que nós comemos. O alimento é essencial para que nosso metabolismo e psicológico entrem em completa sincronia e equilíbrio. Por isso, é necessário evitar e tratar a fome emocional.
Coma apenas o que tiver vontade
Sem exageros, a sua comida deve ser a quantidade adequada para acabar com a sua fome. Os alimentos utilizados na quantidade adequada promovem longevidade, não perturbam os doshas, promovem o Agni e são facilmente digeridos e eliminados.
Evite alimentos ultraprocessados
No Ayurveda, apenas alimentos orgânicos devem ser ingeridos. A comida ultraprocessada pode não ser aceita pelo organismo e causar problemas de digestão.
Não alimente-se muito rápido
Nem muito rápido, nem muito devagar. Na alimentação ayurvédica existe o seu tempo exato para comer os alimentos e tudo isso depende diretamente da sua relação pessoal com os ingredientes.
Não coma bebendo nada
Por fim, não é possível comer ingerindo qualquer tipo de líquido. Isso porque a bebida pode ser uma distração para a comida em si, prejudicando o Agni.
Para entrar na alimentação ayurvédica, ingredientes como erva doce, limão, gengibre, frutas frescas, hortaliças e saladas devem fazer parte do cardápio diário.
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