Lideranças femininas: qual a importância?
Precisamos falar sobre a importância das lideranças femininas dentro das empresas. Pode parecer um assunto óbvio, mas a representatividade é importante e, ainda hoje, apenas 37,4% das mulheres ocupam cargos de liderança no Brasil.
Muitas empresas já começaram a aderir a esse movimento e estão aplicando táticas e regras onde as mulheres possam assumir mais cargos de liderança, buscando um mercado de trabalho menos desigual e mais justo.
Ter diversidade em cargos de gestão, além de necessário, é inspirador para muitas pessoas. Ainda mais hoje em dia, em que os profissionais buscam as empresas mais pelos posicionamentos do que apenas pelo salário.
As mulheres levaram muito tempo para conquistar direitos básicos, como trabalhar, votar e até mesmo usar uma calça. Ainda hoje, elas batalham todos os dias para provar que são merecedoras de ocupar espaços importantes na sociedade.
Ainda mais nos últimos anos, em que temas como feminismo e igualdade de gênero são amplamente discutidos. Mais do que nunca, é preciso ter mais diversidade nos cargos de confiança das empresas.
Qual a importância das lideranças femininas?
Como dito acima, levaram décadas para que as mulheres conseguissem conquistar seu lugar no mercado de trabalho e ainda provarem para a sociedade que são merecedoras dele. A síndrome da impostora é real e atinge milhares de profissionais todos os anos, de todos os cargos.
Mesmo com essa evolução acontecendo, ainda há um caminho muito longo para ser percorrido quando o assunto é igualdade de gênero no ambiente de trabalho, já que mulheres recebem apenas 72,9% do salário de um homem que está no mesmo cargo. Além disso, o trabalho doméstico delas é até 10 vezes maior do que o dos homens.
Em entrevista para a TotalPass, a head de relacionamento, Marília Zanotti, nos trouxe uma informação que fica mais fácil de entender como as horas realizando serviços domésticos influencia a vida profissional das mulheres:
“Primeiro que não devemos chamar de jornada dupla, mas sim de trabalho não remunerado, afinal, é um trabalho. As mulheres trabalham, em média, 7,5 horas a mais que os homens por semana devido à dupla jornada, que inclui tarefas domésticas e trabalho remunerado. Isso significa 390 horas de trabalho doméstico em um ano, é praticamente o tempo de uma pós-graduação”.
As dificuldades já começam por aí. Enquanto a maioria dos homens possuem essas 390 horas disponíveis para se dedicar a uma especialização, 75% das mulheres não possuem esse tempo ou precisam se desdobrar ainda mais em sua rotina para conseguir realizar o mesmo curso.
Diante dessas dificuldades, as empresas podem (e devem) apoiar essas mulheres em sua jornada profissional.
Ter uma liderança feminina é extremamente importante por vários aspectos: além de dar oportunidade para mulheres que já trabalham na empresa se destacarem ainda mais e inspirar outras pessoas, o RH luta contra as práticas injustas do mercado e ajuda a construir um ambiente mais justo e igualitário.
Essa onda de busca por igualdade no mercado de trabalho ficou ainda maior em 2020, quando a pandemia do Coronavírus pegou todos de surpresa e o home office virou uma realidade para grande parte das empresas.
Muitas mulheres adquiriram a responsabilidade de cuidar de outra pessoa na pandemia, seja algum familiar ou seus filhos, o que deixou ainda mais difícil de separar o trabalho doméstico do profissional. Elas começaram a se sentir ainda mais sobrecarregadas, já que as tarefas não terminam quando o computador é desligado – muito pelo contrário.
Marília conta que, apesar de não vivenciar esses desafios no momento, acompanhou de perto as dificuldades de mulheres que são mães em sua equipe e como precisaram lidar com as mudanças ocasionadas pela pandemia. Com os filhos em casa, elas precisavam equilibrar as tarefas de casa, deveres da escola, trabalho, etc.
No entanto, apesar da qualidade de vida ter caído, a produtividade de muitas profissionais aumentou nesse período, o que fez com que elas ganhassem mais destaque profissional e assumissem mais cargos de liderança.
Acompanhar o crescimento da liderança feminina nas empresas conscientiza a população da importância desse movimento, já que pesquisas mostram que as mulheres são mais capazes de se adaptar à mudanças tecnológicas, por exemplo.
Além disso, em um ambiente onde homens e mulheres são distribuídos com cargos e funções iguais, a tomada de decisão da empresa pode ser mais assertiva, já que possuem diferentes perspectivas de um mesmo assunto, vista por duas lentes sociais distintas.
A representatividade é importante. Os padrões culturais patriarcais que acompanham as sociedades ao longo do tempo tendem a não valorizar as mulheres. Ao assumirem cargos de liderança, elas rompem com esse padrão, inspirando cada vez mais pessoas.
De acordo com Marília Zanotti, a liderança feminina exige provações. Ao longo de sua trajetória, por ser muito jovem e mulher, sentia que precisava estar sempre munida de dados e informações para ser levada a sério, fato que não ocorre também com os homens.
O que o RH pode fazer para promover um ambiente mais diverso?
O setor de recursos humanos tem um papel importantíssimo para essa luta em busca de igualdade e mais protagonismo feminino. Existem uma série de atitudes que a empresa pode começar a implantar!
Crie iniciativas de diversidade
As iniciativas de diversidade são extremamente importantes e é o primeiro passo para que as mulheres se sintam confortáveis no ambiente de trabalho e atinjam o seu melhor, conquistando os cargos de liderança.
Ao fazer entrevistas para novas vagas, considere a mesma quantidade de candidatos homens e mulheres. Além disso, deixe um canal aberto para que elas possam se sentir seguras de denunciar qualquer má conduta ou conversar sobre assuntos corriqueiros do ambiente de trabalho.
Promova rodas de conversa
A mudança começa pela informação e pela educação. Promover rodas de conversa e palestras com todos os colaboradores da empresa pode ajudar a construir um ambiente mais igualitário e diverso.
Além disso, esses bate-papos também são essenciais para que todas saibam a importância da liderança feminina e não apenas as mulheres.
Tenha um plano de carreira para as colaboradoras
Desenhar um plano de carreira para todas as colaboradoras da empresa é um passo essencial para mantê-las motivadas e satisfeitas com o ambiente de trabalho. Hoje em dia, uma empresa com uma boa cultura e possibilidade de crescimento chama mais atenção do que uma que paga um salário acima da média.
Especialmente entre a Geração Z, que são os profissionais do futuro, estar em um lugar que os desafie e proporcione um plano para que aprimorem suas funções é ainda mais importante do que o pagamento.
Avaliações eficientes e dinâmicas diferentes podem ajudar também a entender o perfil de cada colaboradora e, assim, definir qual a melhor forma de alavancar a carreira dela da melhor forma possível.
Reveja políticas e regras da empresa
O modelo de trabalho que conhecemos hoje em dia pode ser injusto. Por isso, nunca é tarde demais para rever as políticas e regras da instituição e buscar por um lugar melhor e mais diverso para todas as mulheres.
Reconhecer e reconstruir preconceitos internos e não hesitar em mudar uma cultura machista é um grande passo para construir um ambiente de trabalho mais saudável e diverso.
A dica da Marília é: inspire-se em grandes mulheres da nossa história, conheça suas trajetórias e como venceram cada um dos desafios. Criar uma rede de apoio também é essencial, compartilhar experiências e dividir as dores é fundamental para o crescimento. Por último, sempre que possível, estude, pesquise, traga dados e informações que vão te ajudar a evoluir mais e mais.
Nunca é tarde demais para valorizar as lideranças femininas e começar a fazer a diferença no mercado de trabalho. Comece a mudar a realidade da sua empresa ainda hoje e veja ótimos benefícios no futuro.
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