Síndrome da impostora: o que é e como combater?
Muitas vezes, parece difícil acreditar em si mesma. O medo e a insegurança podem tomar conta dos pensamentos e fazer com que toda a expertise que você tem sobre determinado assunto seja irrelevante. Esse fenômeno se chama síndrome da impostora.
Seja sincera: quantas vezes você desistiu de fazer algo por pensar que não conseguiria? Ou pensou duas vezes antes de se arriscar porque achou que seria criticada? Ou já pensou que o seu sucesso foi puro acaso e não porque você realmente merece?
A síndrome da impostora se manifesta em diversas áreas da nossa vida: profissional, pessoal, familiar, entre outras. Esse sentimento chega de fininho e, quando você percebe, está duvidando de toda a sua capacidade.
Quando não tratada, a síndrome da impostora pode gerar problemas psicológicos muito profundos nas mulheres, como depressão, estresse e ansiedade.
Quer saber mais sobre isso? Continue a leitura!
O que é síndrome da impostora?
Resumidamente, a síndrome da impostora é o nome atribuído a um sentimento em que você, constantemente, se acha uma fraude. Que você não é bem-sucedida porque merece e sim por conta de várias coincidências do destino que te colocaram na posição que você está hoje.
A síndrome da impostora é mais comum do que parece. Aproximadamente 70% de todas as profissionais do Brasil sofrem com esse mal.
O conceito de síndrome da impostora surgiu pela primeira vez em 1978, em um artigo escrito por Pauline Clance e Suzanne Immes. Esse material foi intitulado de “O fenômeno do Impostor em mulheres bem sucedidas: dinâmicas e intervenções terapêuticas” e é a principal fonte de referência ao falar desse assunto até hoje.
De acordo com as pesquisadoras, essa condição se caracteriza, principalmente, pelo modo de sentir que você é uma fraude, baseada em uma percepção pessoal de falsidade intelectual.
Quantas vezes você foi elogiada e pensou “ah, não foi nada demais”? Ou até mesmo chegou a desmerecer o seu próprio esforço, sob a hipótese de que você só fez sua obrigação?
A insegurança na vida profissional, acadêmica ou pessoal pode ser quase insuportável, de modo que você chega a duvidar de verdade de toda a sua capacidade. Como se todas as horas estudando, trabalhando e se aperfeiçoando em determinado assunto não fossem o suficiente para que você alcançasse ou fosse merecedora de todo o sucesso.
Além disso, as mulheres que sofrem com essa síndrome possuem uma necessidade palpável de sempre estarem fazendo algo. Seja cursos, trabalhos extras, tarefas profissionalizantes, entre outros. Ao tirar um tempo para descansar e cuidar de si mesmas, elas se sentem improdutivas, o que aumenta o sentimento de fraude.
Quais são os sintomas de síndrome da impostora?
Mesmo com fatos comprovados de que o sucesso da mulher é palpável e reconhecido, ela ainda se sente como uma fraude por conta da síndrome da impostora. Apesar de não ser uma doença, esse fenômeno possui alguns “sintomas” comuns. Conheça!
Crença de não ser boa o suficiente
Não importa o quanto você faça. O quanto se esforça. Você ainda acha que não é o suficiente. Sempre está com o pensamento de que poderia ter feito mais, ter estudado mais, ter se aprofundado mais. As pessoas com essa síndrome nunca acham que pertencem a sua posição de sucesso.
Procrastinação assídua
A procrastinação é um dos sintomas mais comuns e certeiros para identificar a síndrome da impostora. Adiar coisas importantes que você não sabe que consegue fazer no prazo e depois ter um estresse desnecessário é uma atitude de autossabotagem. Muitas vezes, a procrastinação está ligada com a segurança que vem junto ao pensar em executar determinada tarefa.
Ansiedade pós-sucesso
Ganhar algo ou ser reconhecida publicamente por um trabalho bem feito não é sinônimo de felicidade para mulheres que possuem a síndrome da impostora e, sim, de ansiedade. Isso porque, no fundo, elas acham que não merecem esse enaltecimento. Pensam que essa é a sua obrigação e podem ser acometidas por uma crise de ansiedade, afetando sua qualidade de vida no âmbito profissional.
Baixa autoestima
Geralmente, as mulheres com a síndrome da impostora possuem baixa autoestima. Costumam falar mal delas mesmas ou pensar coisas autodepreciativas de trabalhos e ações que elas mesmas executaram, porque não pensam que são dignas de reconhecimento.
Além disso, por pensarem que não são boas em nada, essas mulheres também têm muita dificuldade de aceitar elogios, não entendem que existem características a serem apreciadas nelas mesmas.
Autocrítica excessiva
As mulheres que sofrem da síndrome da impostora são suas maiores críticas. Nenhuma outra pessoa que dê uma opinião sobre o trabalho executado, mesmo que seja construtiva, pode ser comparada com os pensamentos descrentes que elas têm de si mesmas.
Nada nunca está bom o suficiente, elas não conseguem encontrar características boas no próprio trabalho e entram em um looping de autopunição que é muito difícil de ser interrompido.
Não existe uma forma realmente eficiente de combater esse mal. Mas existem atitudes que você pode tomar para deixar os sintomas mais leves, como:
- Buscar avaliar o seu trabalho como uma pessoa de fora;
- Comece a praticar a auto afirmação de que, sim, você é merecedora de todo o seu sucesso;
- Faça terapia com um profissional para entender melhor esses sentimentos;
- Não peça desculpas o tempo todo. Caso você cometa um erro, busque as formas mais eficientes de consertá-lo;
- Peça feedback para as pessoas que convivem e trabalham com você todos os dias. Assim, você tem uma visão externa sobre você mesma. Mas, de novo, trabalhar a sua autoconfiança é fundamental, afinal, quem precisa se valorizar é você mesma.
Por que essa síndrome é mais comum em mulheres?
Existem inúmeros motivos pelos quais as mulheres são as mais atingidas pela síndrome do impostor, mas o principal deles é uma deficiência estrutural e que não vai mudar tão cedo: o machismo.
Historicamente, vivemos em uma sociedade machista e patriarcal, onde as mulheres, desde pequenas, possuem mais responsabilidades e afazeres do que os homens. Demorou centenas de anos para que as mulheres pudessem conquistar direitos básicos, como a possibilidade de trabalhar ou de votar.
Por conta desse sistema, é comum que a inferiorização, opressão e objetificação das mulheres seja estimulada, trazendo consequências quase que irreversíveis para elas e também para quem está em seu ciclo de convivência.
Além de todo o estresse e autocobrança no trabalho, as mulheres também trabalham muito mais do que os homens em casa. A participação feminina nas tarefas domésticas é majoritária na grande maioria das casas brasileiras.
Mesmo com salários menores executando as mesmas funções no ambiente profissional, no ambiente familiar as mulheres também encontram uma desigualdade palpável e desproporcional, já que elas são responsáveis por 76,2% de todas as horas de trabalho não remuneradas.
Esse dado é equivalente a mais ou menos 173 horas de trabalho doméstico não remunerado por mês, contra apenas 59 horas dos homens.
Essa realidade acaba deixando as mulheres mais sobrecarregadas e frustradas consigo mesmas. Elas possuem inúmeros papéis diferentes no âmbito profissional e familiar, já que precisam dar conta de todas essas horas dedicadas a outras pessoas. Com isso, elas acabam se deixando em segundo plano, não acreditando que são merecedoras de reconhecimento e sucesso.
A síndrome da impostora é um ciclo, porque quando são finalmente valorizadas e reconhecidas, as mulheres pensam que devem fazer ainda mais para que possam permanecer nessa posição. É um problema estrutural em todo o mundo.
Se você se identificou com algum sintoma da síndrome da impostora, procure ajuda profissional! E lembre-se: você é merecedora de todo o sucesso que alcançou.
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